Na quarta-feira (24/4), aconteceu, no CEU das Artes, na Ressaca, o 1º Fórum de Educação Ambiental pelo Clima, que serviu para debater as mudanças climáticas que têm ocorrido recentemente. Dessa forma, ocorreu, no espaço, diálogo e troca de experiências entre a sociedade civil e diversas entidades públicas e privadas, com foco em um dos assuntos mais comentados não apenas na cidade, como no país e no exterior.
O evento também alinhou as ações de todos os participantes ao direcionamento principal do Plano Municipal de Ação Climática, buscando criar uma padronização de trabalho em consonância com o Plano Municipal de Educação Ambiental.
A abertura ficou por conta do coral dos alunos da E. M. Glória Marques Diniz, situada na Bacia Hidrográfica da Pampulha, ensaiado pelo professor Sérgio Donizeti, que apresentou as músicas "Zecapivara" e “Amigos da Água", do educador ambiental de Contagem, Geraldo Amâncio.
Na palestra de abertura pela manhã . o secretário executivo do Iclei América do Sul, Rodrigo Perpétuo, abordou os desafios da Educação Ambiental no contexto das Mudanças Climáticas. O Iclei América do Sul é a principal associação mundial de governos locais e subnacionais dedicados ao desenvolvimento sustentável.
“Essa integração com os municípios é essencial para desenvolver essas políticas públicas ambientais. O Iclei sensibiliza gestores e oferece apoio técnico, além de promover o intercâmbio entre municípios para compartilhar experiências e facilitar a implementação eficaz das políticas em prol do meio ambiente”, explicou Perpétuo.
Durante a roda de conversa cujo tema foi “O papel dos municípios nos processos de adaptação e resiliência climática”, a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Contagem, Maria Thereza Camisão Mesquita, informou os benefícios trazidos com ações na cidade, incluindo o Jardim de Chuva e o Plano Local de Adaptação às Mudanças Climáticas (Plac). Ela ressaltou a necessidade de união entre municípios e como este tipo de evento contribui para fortalecer a criação de comunidades climáticas locais.
"Esse é o primeiro passo para começarmos a discutir, fora das nossas caixinhas, sobre a mudança climática. Estamos em um estágio já avançado aqui em Contagem, praticamente iniciando o nosso Plac. Contudo, é essencial ouvirmos dos outros municípios que já possuem esse plano como foi a sua construção e quais ações e propostas foram realizadas após sua implementação. Isso mostra a importância que nossa cidade tem dado para esse tema, parcerias e troca de experiências", disse.
Além de Maria Thereza, participaram da roda de conversa, o engenheiro e educador ambiental da Secretaria de Meio Ambiente de Betim, Paulo José Ferreira; o secretário de Meio Ambiente de Nova Lima, Gabriel Coutinho; o secretário de Meio Ambiente de Itabirito, Frederico Leite; e o diretor de Gestão Ambiental e secretário executivo do Comitê de Mudanças Climáticas e Ecoeficiência da Secretaria de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Dany Amaral.
Os convidados discursaram sobre a realidade de cada município, explicando o ponto de vista de cada um sobre a importância da atuação conjunta dos gestores públicos na implementação de políticas públicas para enfrentar as mudanças climáticas. Da mesma forma foi explicitada a necessidade de investimentos de recursos públicos e a colaboração entre municípios para lidar com desafios como enchentes, inundações, ondas de calor, além da mudança de percepção e comportamento da população para garantir um futuro sustentável.
Em Betim, por exemplo, uma das ações desenvolvidas é o IPTU Ecológico. Já em Itabirito, após desastre causado por intensas chuvas, a cidade implementou usinas solares e projetos de compensação de gases de efeito estufa para tornar-se sustentável, envolvendo comunidade e setor privado.
Durante o encerramento da roda de conversa, Dany Amaral destacou que “a educação desempenha um papel fundamental ao promover reflexão e consciência, para então pressionar políticos, gestores e colegas, além de construir, juntos, um futuro melhor. Devemos continuar unidos e de mãos dadas para construir essa política”.
Quem se inscreveu para participar das atividades do fórum foi a produtora rural Nelsi Barreiros, ex-representante de Contagem no Conselho Nacional do Meio Ambiente. Ela destacou que nos últimos anos tem acompanhado os esforços do poder público em conscientizar a população sobre a importância da preservação das águas, nascentes e do debate sobre o clima.
“Espero que este seja apenas o primeiro de muitos encontros que teremos em Contagem. Esta oportunidade é maravilhosa não apenas para mim, mas para todos. É crucial conscientizar as pessoas sobre a necessidade de preservar e cuidar do meio ambiente, especialmente no contexto em que vivemos”, finalizou.
Na parte da tarde, as atividades do fórum continuaram com palestras sobre “Arte como instrumento de Educação Ambiental na proteção de mananciais”, ministrada por João Bosco Senra; e “Educação Ambiental para a Sustentabilidade”, apresentada por Maíra Colares, Sênior Fellow do Iclei. Painéis sobre o estado da arte da Educação Ambiental e relatos das práticas nos municípios convidados também foram exibidos.
O evento também contou com estandes de projetos ambientais da Superintendência de Defesa e Proteção Animal da Brigada 1 de Combate Voluntário a Incêndios Florestais, do Programa “Contagem Mais Limpa”, e exposições como "Rio das Velhas, Eu Faço Parte!", do Subcomitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Outros destaques: exposição e oficina ecopedagógica do Consórcio Intermunicipal de Recuperação da Bacia da Pampulha e a presença das barraquinhas da Economia Solidária e Feira da Agricultura Urbana Familiar.
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